Metodologias ativas
de aprendizagem

Descubra o que são, quais são e como beneficiam o aprendizado.

Como era a sua rotina na escola ou no ensino superior? Qual era a dinâmica e a organização da sala de aula? Você se lembra do comportamento típico do professor e dos alunos?

Qualquer pessoa com mais de 15 anos responderia a essas perguntas mais ou menos da mesma forma: alunos sentados em carteiras enfileiradas, em silêncio, professor na frente da sala e a dinâmica, quase sempre, de transmissão de conteúdo expositiva. Trabalhos em grupo ou atividades lúdicas geralmente eram realizadas ao final dos módulos, dos semestres ou até do ano letivo. Mas isso tem mudado recentemente.

Apesar de não ser uma discussão nova, as metodologias ativas ganham mais projeção no contexto atual da educação. O que antes eram atividades extras ou exceções dentro dos currículos tradicionais ganha status de protagonista nas discussões sobre os novos modelos de aprendizagem. Descubra o que são essas metodologias e alguns exemplos delas.

A estratégia
não é tão
recente
assim
-

Você pode se surpreender ao descobrir que o termo aprendizagem ativa foi usado pela primeira vez na década de 1930. Claro, naquela época, o conceito não tinha tantas aplicações e possibilidades como hoje em dia, mas já era associado ao processo de aprendizado que vai além do simples escutar.

Isso porque a audição exige pouco esforço mental dos alunos e, dessa forma, o aprendizado se resume, na maioria das vezes, ao exercício de memorização ou arquivamento de informações. Já as metodologias ativas demandam do jovem a elaboração do pensamento a partir de três principais ferramentas: análise, síntese e avaliação.

Aprendizagem passiva: escuta

Aprendizagem ativa: análise,
síntese e avaliação

O impacto positivo de uma postura mais presente e ativa dos alunos na educação é explicada pela teoria do psiquiatra americano William Glasser, ilustrada em formato de pirâmide, que apresenta as formas mais eficazes de aprendizado:

  • Ler

    10% quando lemos

  • Escutar

    20% quando ouvimos

  • Ver

    30% quando observamos

  • Ver e ouvir

    50% quando vemos e ouvimos

  • Conversar, perguntar, repetir, relatar, numerar, reproduzir, recordar, debater, definir, nomear

    70% quando discutimos com outros

  • Escrever, interpretar, traduzir, expressar, revisar,identificar, comunicar, ampliar, utilizar, demonstrar, praticar, diferenciar, catalogar

    80% quando fazemos

  • Explicar, resumir, estruturar, definir, generalizar, elaborar, ilustrar

    95% quando ensinamos aos outros

Um empurrãozinho
da tecnologia
-

Você pode estar se perguntando:

se as metodologias ativas já são estudadas e apreciadas há algumas décadas, por que elas têm ganhado tanta atenção só agora, no século XXI?

Até meados da década de 90, quando o acesso à internet era escasso e restrito, as escolas ainda ocupavam o lugar de detentoras do conhecimento, mesmo papel exercido pelos professores nas salas de aula. Para grande parte dos alunos, a escola era o espaço em que um mundo de informações se descortinava diante de seus olhos.

Isso começou a mudar nos anos 2000, quando a internet passou a fazer parte, de forma mais presente, das residências e, timidamente, das escolas. Naquela época, os mecanismos de busca funcionavam de forma experimental e com pouca relevância, e os serviços de divulgação de vídeos e imagens ainda eram limitados a poucos megapixels e à velocidade da internet discada. Mas já era possível notar uma mudança no comportamento e nas demandas dos jovens em relação à educação. Enciclopédias foram parar, definitivamente, nas estantes empoeiradas, e as pesquisas escolares e atividades sugeridas em sala de aula passaram a contar com a ajuda valiosa da rede mundial de computadores.

Desde o final do século XIX e início do século XX, se trabalha com metodologias ativas. Mas hoje temos uma série de instrumentos de apoio para professores, alunos e instituições que permitem que elas sejam feitas com maior atenção às diferenças de cada aluno.

José Manuel Moran - professor de Novas Tecnologias de Comunicação, na USP, e pesquisador e autor de diversos livros sobre tecnologia na educação, ensino a distância, metodologias ativas, entre outros .

Desde então, a tecnologia avançou tanto que é difícil olhar para trás e entender que, há poucos anos, vivíamos sem alguns gadgets, sites e ferramentas incorporadas no nosso dia a dia. Afinal, bateu uma dúvida? Joga no Google. Vai viajar? Dá para fazer aula por Skype. Não sabe o que significa? O tradutor pode ajudá-lo.

A possibilidade de acessar um universo de informações de forma instantânea, fácil e (cada dia mais) barata provoca mudanças enormes de paradigmas na educação. O aluno passa a ter nas mãos um instrumento que lhe permite acessar o conhecimento antes mesmo de acessar a escola, questionar a informação passada pelo professor durante as aulas ou simplesmente se entediar mais facilmente, já que o mundo lá fora parece bem mais interessante do que a escuta passiva em sala de aula.

Nesse contexto, as metodologias representam não só uma alternativa para a educação de qualidade e com significado, mas a saída para a reinvenção de todo o sistema educacional.

Estar presente.
Interagir. Trocar.
Experimentar.
-

Aluno no centro do
aprendizado
-

Além de atividades que pressupõem o trabalho mais análitico por parte dos jovens, as metodologias ativas também colocam o estudante no centro do processo de aprendizado, ressignificando não só o seu papel dentro do percurso formativo, mas também a responsabilidade do professor na educação. “Sair do modelo em que o aluno espera que o professor dê tudo pronto, para o modelo de um aluno empreendedor e experimentador, é necessário para acompanhar o mundo de hoje”, explica José Manuel Moran.

A aprendizagem ativa é a ideia da aprendizagem centrada no estudante. Ela surgiu a partir de uma série de pesquisas no campo educacional da pedagogia, que identificou que uma pessoa aprende melhor quando interage com outros, com seu objeto de aprendizagem e quando usa a linguagem.


Thiago Almeida - Diretor Executivo da Rede Escola HUB –
entrevista ao Canal Futura.

Por isso, os interesses, as competências e as especificidades de cada um ganham mais relevância para a construção do conhecimento. O conteúdo continua sendo importante, mas a partir de agora ele é visto sob nova ótica, de perspectiva menos massificada.

Junto da personalização vem a relevância daquele conteúdo para o mundo real. Não basta mais entender conceitos, aplicar fórmulas, memorizar fatos e datas. José Manuel reforça que todo conteúdo pode ser importante, desde que esteja ligado à vida real do aluno e da comunidade na qual ele está inserido.

“O professor não precisa mais explicar tudo para o aluno. Ele pesquisa antes tudo aquilo que pode aprender de forma básica, para fazer coisas mais avançadas em sala de aula”, diz Moran. Isso implica diretamente uma mudança na forma como o planejamento pedagógico é feito, já que as atividades precisam de mais flexibilidade e abertura. “Há uma intenção antes, no planejamento, e uma realização, que se dá na escuta do aluno, dos saberes dele, das competências que ele tem, para que o projeto que ele vai desenvolver não seja só previsto pelo professor, mas em consenso com ele”, acrescenta.

Metodologias
Tradicionais
-

  • Aluno é receptor do conteúdo, alvo das informações

  • Fundamentadas em disciplinas, teorias e conceitos

  • Professor ocupa lugar de destaque, com a principal função de transmitir conhecimento

  • Importância do saber (domínio de conteúdo, fatos e dados)

  • Erros são considerados desvios

  • Qualidade do ensino está atrelada a materiais didáticos de excelência

  • Materiais didáticos específicos

Metodologias
ativas
-

  • Aluno é um ser pensante, capaz de construir conhecimento

  • Estimulam a crítica e a reflexão por meio de processos interativos

  • Professor atua como facilitador, estimulando e orientando situações de aprendizagem por meio do diálogo e do debate

  • O saber tem a mesma relevância que o fazer, o ser e o conviver

  • Erros são vistos como oportunidades de aprendizado

  • Especialização do professor em práticas de aprendizagem e capacidade de ressignificar sua atuação em sala de aula têm papel fundamental para a qualidade

  • Não há restrições para a pesquisa. Livros, jornais, sites, vídeos, tudo pode ser usado para ensinar

Então, vamos
para a prática?
-

Já que a prática tem tanto peso na aprendizagem ativa,
que tal darmos uma olhada nas suas metodologias e
técnicas?

Project Based Learning (PBL) ou
Aprendizagem Baseada em Projetos


BL é a estratégia de unir o ensino de diversos temas, conteúdos e competências em uma missão clara, de forma multidisciplinar e integrada.

Com o desafio da criação de um projeto, o aluno é capaz de compreender com mais clareza qual a relevância dos conceitos teóricos para a prática e como ele pode aplicar o que aprende para fazer algo concreto. Ter um propósito específico também estimula o engajamento e proporciona um processo de aprendizado mais leve e lúdico.

Nesse tipo de aprendizagem, a metodologia geralmente não é exposta pelo professor, que dá espaço para que os alunos explorem e busquem o conhecimento à sua própria maneira. A atuação do educador acontece, principalmente, em momentos constantes de feedback e no direcionamento/redirecionamento dos jovens para que o objetivo final seja alcançado.

Aproveite para conhecer também a Aprendizagem Baseada em Serviços, em que o serviço à comunidade é o objetivo principal.

Design Thinking

Um designer é um profissional treinado para encontrar soluções práticas de forma a resolver problemas reais. Seja de maneira gráfica, em forma de produto, seja de composição e até de produção de moda, os designers estão o tempo todo pensando nas necessidades do ‘usuário’ e buscando maneiras de tornar sua vida mais funcional ou agradável. Por isso, a criatividade é primordial no pensamento de um designer. Não importa qual é o problema, a busca incansável pela melhor solução é o que diferencia o profissional. A profissão também tem um vínculo muito forte com a inovação, ou seja, a habilidade de antecipar necessidades e desenhar possíveis soluções, antes mesmo das pessoas darem conta de que aquilo é um problema.

O Design Thinking é a transposição do pensamento do design para áreas de gestão de negócios ou educação. A metodologia se apropria dos elementos de criação e prototipação dos designers para criar soluções com a mesma dose de criatividade e inovação. Observação, visualização de ideias e construção colaborativa são aspectos fundamentais durante o processo. Afinal, uma solução construída a muitas mãos tem mais chances de ser eficaz.

educação maker

A habilidade de colocar as mãos na massa e criar suas próprias soluções, tão comum nas gerações passadas, em que os recursos e o acesso à tecnologia eram mais escassos, hoje tem um nome: maker ou, simplesmente, aquele que faz. O termo ficou conhecido com o livro de Chris Anderson “Maker: a nova revolução industrial”, que mostra o potencial do "faça-você-mesmo" para movimentar a economia e impulsionar a inovação.

Com o barateamento de tecnologias como impressão 3D, gadgets de realidade virtual, kits de eletrônica e a popularização dos conhecimentos de robótica ou programação, a experimentação se torna mais acessível ao cidadão comum e deixa de ser algo reservado apenas a especialistas. Tudo isso movimenta uma onda de criação usando a fabricação digital, apoiada pelo aumento no número de fab labs ou makerspaces, laboratórios de experimentação.

Na educação, o movimento maker desafia o aluno a não só provar conceitos, mas também colocá-los em prática e construir o conhecimento a partir da prototipação e do envolvimento ativo com o objeto de estudo.

Um dos grandes aprendizados proporcionados pela educação maker é o entendimento do erro como parte natural, e, muitas vezes, desejada, do processo para que o progresso seja alcançado de forma sólida. A visão sistêmica e a habilidade de colaboração também são competências estimuladas enquanto o estudante está com as mãos na massa.

Conheça outras provocações que o movimento maker traz à educação em duas entrevistas imperdíveis: com Edgar Andrade, do Fab Lab Recife, e com Fábio Zsigmond, fundador do Mundo Maker e diretor do Projeto Âncora.

sala de aula invertida

Pelo nome já é possível perceber que a lógica aqui é às avessas. Inverter a ordem tradicional, em que o conteúdo é ensinado, é o propósito dessa metodologia, que faz parte do conjunto de ferramentas e práticas comuns no Ensino Híbrido.

A dinâmica é simples: em vez de ser exposto ao conteúdo pela primeira vez por intermédio do professor, o aluno é convidado a fazer uma pesquisa – livre ou guiada – por conta própria, em casa ou na escola.

A inversão da sala de aula incentiva o pensamento crítico do aluno, que não tem mais o primeiro contato com o conteúdo a partir de uma interpretação ou ‘filtro’ do professor. A redução do volume de aulas expositivas também contribui para desenvolver a autonomia e proporciona uma maior inserção de tecnologias digitais na rotina de estudos, uma vez que elas são fontes importantes de consulta e pesquisa nas atividades dos jovens.

estudo de caso

Partir de um relato ou problema real para entender conceitos e soluções é a premissa da prática pedagógica de estudo de caso, ou prática baseada em problemas. Enquanto entende causas, consequências e variáveis envolvidas em situações reais, o aluno explora seus conhecimentos em situações complexas e prepara-se para aplicar, no seu cotidiano ou no da comunidade, o aprendizado construído na escola.

gamificação

Aprender jogando e, muitas vezes, sem se dar conta disso. Mais do que apenas a introdução de games eletrônicos e plataformas lúdicas, o gamification tem a ver com a inserção dos elementos dos jogos do aprendizado – de forma explícita ou não. Com um sistema de recompensas, bonificação, progressão em níveis, desafios e atuação em times, os estudantes se engajam nos temas do currículo de forma ativa e são capazes de absorver o conhecimento com mais eficácia.

Confira o observatório sobre gamification, em que detalhamos todas as estratégias por trás da metodologia. Saiba também formas simples e práticas de tornar suas aulas gamificadas com os recursos que você já tem a sua disposição.

Para aprofundar
e se inspirar
-

Já vimos quais são as principais metodologias ativas e como elas podem beneficiar o aprendizado. Mas, se você chegou até aqui, pode estar se perguntando: ok, mas como posso começar a colocar tudo isso em prática? De quais recursos preciso para começar?

Vamos conhecer a experiência de três professores brasileiros que se destacam (inclusive mundialmente) e têm feito a diferença com projetos simples e econômicos. Confira:

Débora Garofalo


Tecnologia e sucata combinam? A professora Débora Garofalo provou que sim.

Educadora em uma escola na periferia de São Paulo, ela faz incursões com os alunos para coletar objetos descartados nas ruas do bairro - que não tem coleta de lixo e saneamento básico. Os materiais são então separados e se transformam em robôs e máquinas, usando os conhecimentos de robótica, mecânica e programação.

Os frutos do projeto são colhidos na própria comunidade, no Brasil e no mundo. A escola registrou uma queda de 93% na taxa de evasão e na taxa de trabalho infantil entre os alunos e conseguiu retirar mais de uma tonelada de lixo da comunidade. As criações dos alunos já foram expostas na Bienal do Ibirapuera, e o projeto de Débora ganhou projeção internacional quando ela foi indicada ao Global Teacher Prize, considerado o Nobel da Educação. Ela foi a única sul-americana finalista.

Wemerson Nogueira


Professor na EEEFM (Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio) Antônio dos Santos Neves, em Boa Esperança (ES), Wemerson Nogueira levou seus estudantes para as margens do Rio Doce para aprender sobre a tabela periódica. Bom, eles acharam que as aulas seriam somente sobre tabela periódica. A ideia cresceu e tomou corpo e acabou envolvendo entrevistas com a comunidade local - afetada pelo rompimento da barragem de Mariana (MG) - e se transformou no projeto Filtrando as Lágrimas do Rio Doce.

Além da atuação como “pesquisadores” na cidade, os jovens fizeram análises químicas de amostras da água colhida do rio e desenvolveram uma solução para a comunidade: a construção de filtros para livrar a água dos metais pesados que a contaminaram. Mais de 50 casas receberam os filtros, e muitos moradores conseguiram retomar atividades dependentes da água, como a agricultura, interrompida desde o desastre.

ellen regina barbosa


Nada de caderno, mesa e cadeira. As aulas de Ellen Regina acontecem mesmo é na cozinha. Professora de física na Escola Estadual Maria Constança Barro Machado, em Campo Grande (MS), ela criou um projeto interdisciplinar para uma disciplina eletiva do ensino médio que ensina Física, Química, Biologia e Matemática (e outras disciplinas) por meio da gastronomia. Tudo junto e misturado, como uma boa receita tem que ser.

Enquanto fazem bolos, pães e tortas, os alunos colocam em prática os conceitos teóricos, formulam hipóteses para resultados não esperados e fazem suas próprias criações autorais. A dinâmica inclui o erro e a experimentação como partes fundamentais do aprendizado, aspectos fundamentais também na arte de cozinhar.

Mergulhe de cabeça nas
metodologias ativas
-

Esses projetos são inspiradores, não é mesmo? Como Débora, Wemerson e Ellen, muitos professores estão aplicando metodologias ativas em todo o Brasil como estratégia para construir o conhecimento de maneira mais atraente, transformando os alunos em verdadeiros protagonistas da jornada de aprendizado. Se você quer ler e se aprofundar ainda mais no assunto, separamos algumas dicas de leitura que podem ajudá-lo.

Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora

Organização: Lilian Bacich e José Moran

O livro, da editora Penso, organizado por dois dos maiores especialistas em metodologias ativas do Brasil, é uma reunião de artigos de autores brasileiros que analisam por que e como adotar as metodologias ativas de uma forma inovadora, com exemplos de práticas pedagógicas na educação básica e na superior.

aprendizagem invertida para resolver o problema do dever de casa

Autor: Jonathan Bergmann

Jonathan Bergmann, um dos pioneiros no método Sala de Aula Invertida, propõe a inversão da aprendizagem como estratégia para atacar um dos maiores pesadelos dos alunos: o dever de casa. O autor sugere atividades engajadoras que tornem os estudantes participantes ativos na experiência de sala de aula.

aprendizagem ativa nos anos iniciais do ensino fundamental

Autor: Anitra Vickery

O livro é um guia prático da aprendizagem ativa, reunindo pesquisas e estudos de caso para inspirar professores a explorar estratégias e repensar sua própria abordagem de ensino.

Com todos os links à sua disposição, você terá acesso a materiais para aprofundar seus conhecimentos sobre as metodologias ativas e suas aplicações práticas em sala de aula.

Para entender ainda mais sobre as transformações que a tecnologia vem provocando na educação, leia também sobre Ensino Híbrido e Educação 4.0. E não deixe de contar o que achou em nossas redes sociais!

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