Como uma inovação ganha espaço até ser difundida em larga escala? Buscando respostas, o sociólogo Everett Rogers criou em 1962 o Modelo de Difusão das Inovações. Apesar de ser antiga, a teoria continua atual e é capaz de explicar o caminho entre o lançamento de uma ideia e sua popularização – ou fracasso – no espectro social, até mesmo no universo da educação.
Por isso, o Modelo de Difusão das Inovações é relevante ainda nos tempos atuais e é estudado por pessoas que querem liderar movimentos de inovação e transformação. Entenda o conceito a seguir.
Tal modelo explica como determinado grupo social adota novidades, abandonando produtos ou costumes até então tradicionais. Para chegar a uma conclusão, Rogers analisou o comportamento de consumidores desde o lançamento de um produto até sua aceitação por grandes públicos.
Nessa oportunidade, o pesquisador conseguiu traçar a chama “curva de adoção”, que sugere a trajetória das inovações que alcançam a popularidade por meio da ação de cinco grupos:
Além de ter estudado a jornada que leva um produto ou serviço inovador à popularização, Rogers também atribuiu, em seu Modelo de Difusão das Inovações, cinco aspectos determinantes para que a sociedade enxergue a novidade como uma inovação.
O primeiro deles é o conjunto de vantagens que a novidade oferece se comparada com o que já existe. A inovação também deve ser compatível com os valores da sociedade, como também com suas leis e necessidades.
Quanto mais fácil de ser adotado, maior é a chance de o produto ser considerado efetivamente inovador. Além disso, é importante que os influenciadores, o segundo grupo da curva de adoção, possam testar esse produto com facilidade. Por fim, é importante que haja um sistema eficaz de avaliação da novidade.
A teoria do Modelo de Difusão das Inovações inclui outros três fatores decisivos para o sucesso de um produto: meios de comunicação, tempo e sistema social.
Um novo produto só alcança o sucesso caso seja descoberto por meio de canais midiáticos (como redes sociais e propaganda) ou pelo boca a boca. Além disso, o tempo entre o lançamento de um produto e a sua utilização e confirmação pode impactar positivamente ou negativamente o sucesso da inovação.
Há ainda o sistema social como fator determinante. Os hábitos, a cultura e os modos de vida de determinada sociedade são essenciais para cravar o sucesso, ou o fracasso, de novas ideias.
Diversos pesquisadores analisam a adoção de novas metodologias em sala de aula usando como referência o modelo de Rogers. Muitos partem desse princípio para analisar em que ponto uma escola se insere no contexto atual, marcado pela grande necessidade de incluir inovação nos componentes curriculares.
A teoria pode ser importante na definição de novas estratégias de ensino, por exemplo. Caso avalie que ocupa a posição retardatária, por exemplo, uma escola pode incluir táticas para mudar gradativamente de posição. O ideal é que uma escola tenha a inovação sempre em vista. Por isso, deve trabalhar para se manter entre os adotantes iniciais e a maioria inicial.
O Modelo de Difusão das Inovações, portanto, pode ser ponto de partida para a mudança, liderada pelos gestores educacionais, que têm papel estratégico na transformação da cultura escolar. Se você já está nesse processo, que tal aprofundar mais seus conhecimentos sobre os tipos de inovação? Conheça os conceitos de inovação aberta e inovação disruptiva e como eles podem ser colocados em prática no ambiente educacional.