A matriz curricular aponta para as diretrizes que definem a atuação pedagógica de uma instituição de ensino. É um documento norteador que organiza os componentes curriculares que serão ensinados na escola. E a matriz é parte integrante do regimento da escola e do Plano Político-Pedagógico (PPP).
No entanto, a matriz curricular não é fixa. Ela deve refletir as mudanças de cada geração, circunstância e época. E deve ser estruturada considerando a faixa etária, o contexto regional em que a escola está inserida e a comunidade escolar.
A matriz curricular não é entregue pronta e por essa razão, é necessário que seja construída com base em um planejamento.
Para saber como construir uma matriz curricular alinhada à estratégia da BNCC, leia até o final!
O primeiro ponto é o volume de conteúdo e de disciplinas que precisa ser trabalhado em cada idade escolar. Para que a escola consiga cumprir com os seus objetivos de ensino e aprendizado e com todos os conteúdos determinados pela lei, o planejamento é fundamental.
O segundo ponto é não perder a direção ou a unidade do ensino e possibilitar uma organização. Tanto a matriz curricular quanto a grade curricular colaboram para que a comunidade escolar consiga entender a ordem lógica ou a sequência didática de construção dos saberes.
A matriz curricular é um documento norteador que está no PPP das escolas. Ele é o ponto de partida para a determinação dos planos de aula e como referência do que deve ser cumprido a cada ano escolar.
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No caso das escolas particulares, tal documento pode ser redigido com mais liberdade, enquanto nas escolas públicas já há mais orientações predeterminadas a serem seguidas.
Apesar de a matriz curricular seguir orientações normativas nacionais, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e a Base Nacional Curricular Comum (BCC), é importante incluir também aspectos regionais. O Brasil é um país de extensão continental, e a realidade da sala de aula de uma escola em uma grande capital e de outra no meio de uma cidade pequena é bastante diferente.
Há, portanto, um denominador comum entre as matrizes curriculares no Brasil, determinadas pela lei. A BNCC estabelece componentes curriculares, direitos de aprendizagem e competências obrigatórias. Mas há também os aspectos normativos locais e o contexto escolar. As escolas podem e devem ir além do que as exigências legais estabelecem como mínimo.
A grade curricular, por sua vez, é um documento mais objetivo, que visa organizar a disposição das matérias previstas no tempo. É uma forma de orientar como colocar o conteúdo em prática.
A construção da matriz deve se basear no do estudo da:
Em seguida, é necessário considerar as adaptações ao contexto em que a escola está inserida. Lembre-se: a matriz direciona as ações empregadas para alcançar as expectativas de aprendizagem.
São tópicos indispensáveis:
No caso do Ensino Infantil, é importante observar os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento a serem cumpridos. Em relação ao Ensino Fundamental, vale observar as competências específicas de área, os componentes curriculares, as competências específicas de componente, as unidades temáticas, os objetos de conhecimento e as habilidades. E, por fim, no que diz respeito ao Ensino Médio, as áreas de conhecimento, as competências específicas de área e as habilidades.
Ou seja, os componentes curriculares que enriquecem e complementam a ação pedagógica. É aqui que as escolas podem ir além do que a BNCC exige.
Este ponto, por sua vez, vai facilitar a organização da grade curricular.
Cada escola pode partir de um estado da arte diferente, orientando-se por escolhas teóricas diversas para se fundamentar.
As matrizes curriculares podem trazer também orientações para a prática didática dos professores.
E, finalmente, o documento pode indicar quais as referências serviram de base para a sua constituição, como livros, documentos da internet, compêndios, leis, enfim, os materiais consultados.
Uma dica prática para a construção da matriz escolar é: listar todos os aspectos da BNCC e buscar desdobrá-los em objetos de aprendizagem mais simples.
Tal revisão é necessária porque o mundo está passando por muitas mudanças, e o contexto em que os estudantes de hoje estão inseridos já é bastante diferente do cenário de 40 anos atrás.
A Geração Z, por exemplo, é uma geração totalmente nativa digital, isto é, já nasceu em um momento histórico de grande digitalização e acesso facilitado à internet. E isso exige adaptações em formato de aulas, nos conteúdos a serem ensinados, nas formas como os jovens estudam e lidam com o mundo à sua volta.
Os desafios em sala de aula, por sua vez, são bem diferentes dos anteriores. É mais difícil manter a concentração e atenção, de despertar o interesse e a curiosidade e assegurar os estudantes engajados.
Por outra via, com a BNCC tivemos alterações significativas também no que é exigido das escolas.
Algumas escolas, no entanto, baseiam-se no mesmo PPP e na mesma matriz curricular há décadas. Por isso, é imprescindível rever os documentos da escola, de maneira democrática, convidando todos os agentes escolares a participar, de forma a possibilitar uma adequação ao mundo presente.
A Educação Empreendedora, enquanto uma formação que visa desenvolver as habilidades emocionais que preparam esse jovem para os desafios do presente e do futuro, e que é palco de formação socioemocional, pode facilitar esse processo de adequação das matrizes curriculares – tanto do ponto de vista da BNCC quanto do ponto de vista dos desafios atuais.
Conheça o que são as competências socioemocionais e saiba como trabalhá-las.