A capacidade de persuasão é crucial no empreendedorismo. Para criar um projeto e tirá-lo do papel, quase sempre é necessário persuadir várias pessoas a acreditar em uma ideia, a fim de obter apoio e abrir caminhos.
Por isso, a persuasão faz parte do conjunto de competências empreendedoras. São habilidades que, se desenvolvidas, formam uma atitude empreendedora nas pessoas – objetivo principal do ensino empreendedor. Ter a capacidade de persuasão é uma competência relacionada a uma postura ativa perante a sociedade, que gera desenvolvimento pessoal e também valor para as organizações onde esses indivíduos atuam.
A capacidade de persuasão também pode ser enquadrada como uma soft skill, expressão que reúne habilidades emocionais, comportamentais e sociais dos indivíduos, profundamente relacionadas a como as pessoas lidam umas com as outras e com as circunstâncias ao seu redor.
Neste post, aprenda alguns elementos-chave da capacidade de persuasão e como desenvolvê-la em sala de aula com 5 dicas práticas de atividades pedagógicas.
A persuasão é a arte do convencimento. Trata-se de utilizar argumentos fortes, pautados em fatos e dados, para levar alguém a acreditar na sua ideia e fazer o que você deseja. É diferente da manipulação, que usa estratégias desleais e enganosas pelo mesmo objetivo.
Travis Bradberry, coautor do livro Emotional Intelligence 2.0, aponta algumas características das pessoas que sabem persuadir:
Depois de mostrar aos estudantes o que é a capacidade de persuasão e quais elementos colaboram com a prática, é hora de desenvolver tal capacidade por meio de atividades em sala de aula. Veja 5 maneiras de fazer isso:
1 – Análise de textos publicitários
Separe textos publicitários da internet ou de jornais e revistas e imprima-os. Entregue uma cópia para cada estudante, pedindo a eles que leiam e analisem os textos, citando quais foram as formas utilizadas para tentar persuadir o leitor. Ao final, você pode mostrar no quadro as técnicas empregadas pelos textos individualmente.
2 – Escrita de textos publicitários
Como atividade complementar à anterior, você pode pedir aos alunos que se distribuam em grupos e elaborem, eles mesmos, anúncios publicitários para produtos específicos. Procurando tornar o trabalho mais interessante, você pode dar folhas de papel A5 aos alunos, lápis de cor e glitter, a para que eles façam anúncios agradáveis visualmente e peça que posteriormente eles exponham os trabalhos em alguma parte da escola.
Uma boa alternativa é solicitar aos grupos que façam seus anúncios em vídeo em vez de no papel e depois levem ao conhecimento de todos da turma. Dessa forma, os colegas poderão ficar mais engajados na atividade.
3 – Cartas persuasivas
Peça aos alunos que olhem para a comunidade onde moram ou onde a escola está inserida e encontrem oportunidades autênticas de escrever cartas persuasivas que possam ser dirigidas à direção da instituição, ao poder público, a suas famílias ou a parcelas da sociedade. As cartas devem abordar questões importantes sobre problemas da comunidade, como preservação ambiental, violência e desigualdade, buscando convencer o leitor a agir em prol de sua resolução.
4 – Contra-argumentação
Oriente também os alunos a formar duplas em que um aluno tem a tarefa de convencer, e o outro, de contra-argumentar. O primeiro aluno deve tentar convencer o segundo a realizar uma atividade, como pular de paraquedas, e o outro deve contra-argumentar com motivos para não realizar aquela atividade. À medida que a conversa avança, o “convencedor” tenta contornar as objeções feitas pelo colega. Depois, os dois trocam de papel e mudam também o assunto. Instrua-os para que pesquisem de antemão bons argumentos visando sustentar seus discursos.
5 – Júri simulado
Para realizar um júri simulado, faça uma distribuição de toda a turma da seguinte maneira: advogados (grupo pequeno), promotores (grupo pequeno) e júri (grupo maior). Deve haver também um réu, uma ou duas testemunhas e o juiz, que pode ser você mesmo. Os alunos devem receber previamente um breve documento contextualizando o caso, em que é necessário constar informações sobre o réu e o suposto crime cometido por ele.
A partir disso, o grupo de advogados deve se articular com argumentos para tentar convencer o júri de que o réu é inocente, e o grupo de promotores, por sua vez, de que o réu é culpado. Cada grupo recebe um tempo cronometrado pelo juiz para apresentar seus argumentos, havendo possibilidade de réplica. Eles podem também chamar as testemunhas para falar. Enquanto isso, o júri observa e analisa a força do poder de convencimento das duas partes, decidindo, ao final, o destino do réu. O juiz, então, lê a sentença a todos.
Desenvolver a capacidade de persuasão em sala de aula colabora para a formação de uma atitude empreendedora nos jovens, preparando-os melhor para criar projetos e iniciativas no âmbito do trabalho, dos negócios, da filantropia e da sociedade em geral. Descubra também 4 formas de ensinar empatia aos seus alunos.