Educação de Jovens e Adultos: quais os desafios e como a Educação Empreendedora pode ajudar

Blog Educação de Jovens e Adultos: quais os desafios e como a Educação Empreendedora pode ajudar

14/02/2023
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A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é a modalidade de ensino que garante os direitos educativos da população com 15 anos ou mais que não teve acesso à escola ou parou de estudar antes de concluir a Educação Básica. Ela está prevista na Constituição Federal de 1988, no art. 208. O documento indica que “o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria”.

De acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade da população acima dos 25 anos não concluiu o Ensino Médio. Essa média representa que 69,5 milhões de brasileiros não concluíram os três anos finais da Educação Básica. Desses jovens, a maior parte (33,1%), não terminou sequer o Ensino Fundamental. No Nordeste, o número é ainda mais preocupante: três em cada cinco adultos não completaram o Ensino Médio, o equivalente a mais de 60% da população.

Os desafios e a importância da Educação de Jovens e Adultos

Não por acaso, são muitos os Os desafios da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil são muitos.

Em uma mesa-redonda do Jornal da Universidade Federal de Goiás (UFG), especialistas discutiram o tema e trouxeram diferentes insights. Veja o que disse a gerente da Educação de Jovens e Adultos do Município de Goiânia, Márcia Melo, sobre a dificuldade de permanência dos estudantes na modalidade.

[Pergunta] Entre os principais desafios da Educação de Jovens e Adultos não está só o acesso, mas, também, a permanência. Quais são as estratégias para manter esse aluno frequentando a escola?

[Resposta de Márcia Melo] O grande desafio da Educação de Jovens e Adultos é a permanência, porque estar na escola não é só o desejo de voltar a estudar, mas envolve uma série de questões que fazem com que ele saia da escola, entre elas, a questão da sobrevivência dele e da família porque, muitas vezes, ele entra na escola por causa do trabalho, mas tem que sair por causa desse trabalho que o pressiona para ficar mais tempo. Esse é um elemento que vivenciamos o tempo todo na escola. A outra questão são os trabalhos temporários, como a Festa do Divino Pai Eterno e a Pecuária, que fazem os alunos saírem da escola e irem trabalhar, voltando um mês depois. Então, não depende só do querer dele, mas de uma série de fatores que dificultam a permanência desse aluno. O grande desafio do poder público é saber como fazer para que no retorno do aluno que foi a vida toda excluído, consiga convencê-lo a permanecer de fato. É um desafio saber que estrutura poderíamos criar dentro das nossas redes para que esse aluno seja absorvido ali e permaneça.”

Fonte: https://www.ufg.br/n/84269-entenda-melhor-os-desafios-da-educacao-de-jovens-e-adultos

Já a matéria do Nexo Jornal, de autoria do professor e pesquisador Gregório Grisa, discorre sobre os desafios atuais do novo Ministério da Educação e discute sobre a implementação de ações estruturais e cita a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Embora a publicação trate o tema de maneira mais ampla, é possível encontrar convergências entre o cenário atual e o que ocorre na EJA quando o assunto é verba pública:

“Em relação à educação básica, o MEC terá de fazer uma avaliação das prioridades dos programas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), o foco deve ser a recuperação da aprendizagem e a equalização de infraestrutura das redes escolares mais pobres. Diante da aprovação do SNE, será preciso debater a definição conceitual e a regulamentação do CAQ (Custo Aluno Qualidade), que pode ser materializado por meio da complementação da União ao Fundeb, cujos recursos irão crescer nos próximos anos.

Os institutos e universidades federais têm o menor orçamento da década previsto para 2023. A recuperação progressiva dos recursos e a garantia de estabilidade da execução do orçamento aprovado em lei, depois de anos de cortes e contingenciamentos que inviabilizam qualquer planejamento qualificado, seria uma sinalização importante para a retomada da normalidade nas instituições federais. Quando pensamos em ensino profissional, o MEC precisa garantir assistência técnica e financeira para que as redes estaduais ampliem sua oferta, inclusive para o caso da Educação de Jovens e Adultos, tão negligenciada nos últimos anos.

[…]

O MEC tem como desafio se reerguer técnica e politicamente, trata-se de uma das maiores pastas do governo federal, há muitas outras frentes que precisam ser tocadas simultaneamente às que elenquei aqui. O que busquei foi trazer apenas um eixo de ações coordenadas que podem servir de guia inicial para o trabalho de reconstrução que terá de ser feito na educação”.

Fonte: https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2022/12/25/Os-desafios-do-novo-Minist%C3%A9rio-da-Educa%C3%A7%C3%A3o

A visão negativa que se tem do EJA se instala como um desafio para o desenvolvimento da modalidade. Este artigo do Instituto Unibanco sobre a luta pelo direito à aprendizagem passa pela questão. “Além da percepção coletiva da EJA não como um direito mas como ação filantrópica, há também os diversos estereótipos negativos e preconceitos que acompanham a rotulação de ‘analfabetismo’, como se a pessoa que teve seu direito à educação violado fosse a principal responsável por isso. A desconstrução desses paradigmas e a construção de uma cultura de direitos são alguns dos principais obstáculos identificados pelos especialistas”.

A Educação Empreendedora como ferramenta

Exatamente na busca pelo preenchimento da “lacuna” que citamos acima é que entram as possibilidades da Educação Empreendedora. Há outro texto da Nova Escola – sobre o conceito de Educação Empreendedora e sobre a sua prática – que indica essa possibilidade. “Na Educação de Jovens e Adultos (EJA), especificamente, a Educação Empreendedora pode ser explorada também com temas como trabalho, negócios e meio empresarial – possíveis de serem explorados no Ensino Médio também, especialmente no último ano”.

Uma vez que a Educação Empreendedora trabalha com experiências e visa formar pessoas prontas para gerarem valor para o mundo – e, consequentemente, mais preparadas para o mercado profissional –, é possível que a adesão do público à EJA se dê por esse caminho.

A partir do momento em que a Educação de Jovens e Adultos puder caminhar ao lado da Educação Empreendedora – o que, claro, depende de inúmeros fatores, inclusive das políticas públicas –, os estudantes poderão construir um horizonte mais promissor.

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