Ferramentas para incentivar a colaboração entre estudantes

Blog Ferramentas para incentivar a colaboração entre estudantes

16/02/2022
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A interação entre as pessoas possibilita conhecer diferentes pontos de vista, dialogar, compartilhar conhecimento, descobrir universos, reconhecer afinidades e muito mais; a lista não tem fim. Na sala de aula, essa relação de troca entre os estudantes, orientada por estratégias e acompanhada de ferramentas, pode impulsionar a prática da colaboração e proporcionar benefícios importantes para a trajetória escolar e o desenvolvimento socioemocional da criança. Nos tópicos a seguir, vamos falar sobre a aprendizagem colaborativa e apresentar alguns recursos que vão auxiliar tal abordagem.

Abordagem escolar que incentiva a colaboração

Segundo a pirâmide do aprendizado elaborada pelo psiquiatra William Glasser, os índices de retenção de conhecimento são maiores quando o acesso ao conteúdo se dá por meio do diálogo, da execução e do ensinamento, e menores quando ocorre pela observação, pela escuta e pela leitura. Assim, é possível perceber que a postura ativa se sobressai em relação à passiva e que ser um aprendiz-construtor rende melhores resultados do que quando se adota a versão exclusivamente espectadora. Nesse caminho mais ativo, a integração com os pares pode ser ainda mais enriquecedora para o processo.
É o que defende a aprendizagem colaborativa, estratégia de ensino que propõe reduzir caminhos prontos e apostar em rotas de aprendizagem que exploram a participação ativa e cooperativa. Nessa trajetória, o educador sai do papel de detentor exclusivo do conhecimento e assume a função de mediador, enquanto os estudantes ganham espaço para se expressarem, pensar soluções e colocar “a mão na massa”. Essa atmosfera de construção promove aprendizados por meio da conexão entre teoria e prática, e seu caráter colaborativo agrega camadas extras ao processo, por contar com as singularidades que cada criança oferece, enriquecendo a experiência para todos.

Benefícios do ambiente de colaboração aos alunos

Ser incentivado a se exprimir, descobrir, experimentar e conhecer novas visões é um meio para desenvolver competências que serão úteis durante toda a jornada escolar, assim como toda a vida social. Autonomia, comunicação, coragem, resiliência, ética e pensamento crítico são apenas algumas das habilidades que a aprendizagem colaborativa busca promover, além da absorção dos conhecimentos técnicos contidos nas disciplinas. Por requerer envolvimento por parte dos alunos, esse caminho ainda aguça o interesse e a animação, despertando o engajamento da turma.
Algumas práticas escolares muito conhecidas costumam se orientar pela aprendizagem colaborativa e trabalhar esses aspectos, como: as tradicionais atividades em grupo, que colocam os alunos para, juntos, descobrirem caminhos e chegaram a conclusões; os debates construtivos, que promovem a expressão de ideias e a escuta de diferentes pontos de vista; e as atividades no estilo “mão na massa”, que situam os estudantes como protagonistas da construção conjunta, momento em que a colaboração pode agregar criatividade e robustez ao trabalho. Mas o campo é vasto, dá para explorar muitas possibilidades que visam ao aprendizado prático e cooperativo. Nesse sentido, o que será que a tecnologia pode agregar?

Ferramentas para trabalhar a participação ativa e a colaboração

A tecnologia e o mundo digital cada vez mais se integram ao ambiente escolar. Uma variedade de plataformas oportunizam levar as tarefas ao ambiente virtual, com funcionalidades que garantem participação e colaboração dos alunos. Aqui, vamos apresentar sete alternativas que podem somar ao processo educativo.
Google Sala de Aula: muito difundida durante o ensino remoto, a ferramenta lembra uma rede social e permite interação entre a turma, além da inserção de links, vídeos e anexos. O professor pode propor tarefas que demandam colaboração, e desse modo os alunos conseguem dialogar e desenvolver os trabalhos de forma conjunta. O docente pode monitorar a realização, dar o apoio necessário, assim como rubricar as entregas.
Mural: simula um quadro em branco e pode ser preenchido pelos alunos em tempo real. Permite a exploração da atividade na forma visual e conjunta. Seu uso é viável , por exemplo, para impulsionar a sugestão de ideias e organizar as informações durante um debate. Conta com recursos como cronômetro e modo privado.
Whiteboard: permite escrever e desenhar à mão livre, criar notas adesivas para registrar observações, inserir imagens e incorporar anotações ou interferências a elas. Há também a possibilidade de reagir com emojis.
Trello: funciona como um ambiente de gestão de atividades, no qual é possível criar a demanda, inserir os envolvidos e registrar o progresso do trabalho. Permite comentários, inserção de imagens e arquivos e também menção aos participantes, objetivando comunicar o desenvolvimento da atividade, expor dúvidas ou solicitar contribuições.
GoConqr: possibilita criar mapas mentais, ou seja, destrinchar conteúdos maiores em fragmentos, por meio de conexões de tópicos e ideais. A turma pode discutir suas interpretações e posicionar os entendimentos de forma mais visual, a fim de se ajudarem na assimilação do conteúdo.
Piazza: fórum virtual que permite ao professor abrir tópicos de discussão para que os alunos insiram seus comentários sobre o assunto, assim como interajam com os colegas. Quando há questões urgentes que demandam retorno rápido, elas podem ser destacadas para chamar a atenção de todos. Permite contribuições anônimas, opção para estimular a participação, além da abertura de enquetes.
Anchor: plataforma para criação e publicação de podcasts que podem ser desenvolvidos pelos próprios alunos e pelos professores. A função “Gravar com Amigos 2.0” permite a construção conjunta, e a ferramenta ainda possibilita que os episódios sejam publicados em aplicativos como o Spotify, gratuitamente. Aqui, vale mostrar o exemplo da série “Aprendizagem colaborativa nas redes sociais”, desenvolvida como projeto escolar e que traz episódios sobre a pandemia e a gripe espanhola, por exemplo. E você ainda pode saber mais sobre como usar o podcast na educação.
 

O aluno como coautor de seu aprendizado

Experiências educacionais que aliam teoria, prática e colaboração contribuem para a assimilação mais completa do conhecimento, além de fazerem com que os alunos se apropriem desse processo. Em um dos vídeos do seu canal no YouTube, a fundadora do EducaEthos, Janaína Mourão, pontua sobre esse olhar sensível que o educador deve ter para perceber oportunidades de propor atividades em grupo. Ela ainda ressalta os ganhos que essas podem adicionar ao processo, tanto no sentido de evoluir nos objetivos de aprendizagem quanto para que os estudantes possam perceber o próprio progresso: “Falando, se pronunciando, compartilhando, eles [os alunos] vão aprendendo e verificando a própria aprendizagem”.
Estimular a autonomia pode também contribuir para que o aluno descubra interesses alinhados à sua personalidade e desenvolva caminhos próprios de aprendizagem. Para conferir outros conteúdos que extrapolam o método expositivo, continue acompanhando o blog do CER.
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