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Trabalhar e viver no mundo da educação significa também estar sempre pronto para se desenvolver e aprender coisas novas. Em um mundo em que os avanços tecnológicos e digitais estão cada vez mais acelerados, isso ganha ainda mais força.
E as novas competências digitais estão aí para corroborar com esse discurso; mas quais são elas, que importância têm na formação de professores e como podem ser colocadas em prática no contexto da diversidade? Continue a leitura deste texto e descubra!
As três novas competências digitais e sua importância na formação de professores
A pandemia da Covid-19 trouxe uma série de mudanças ao mundo; na educação, você já sabe, não foi diferente. O período, que abriu ainda mais espaço para o uso das tecnologias digitais, deixou mais evidente a importância de considerar diversos fatores – de ordem social, econômica ou natural – a fim de assegurar uma aprendizagem efetiva dos estudantes.
Com base nesse cenário, o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) conceitua três novas competências digitais consideradas essenciais para a atuação e o desenvolvimento dos professores. São elas: 1. Análise de dados; 2. Mentalidade orientada a dados; e 3. Pensamento computacional.
A proposta do CIEB foi direcionar professores e escolas a fomentar espaços de ensino e de aprendizagem que, além de alinhados com a realidade dos estudantes brasileiros, sejam adaptáveis a diferentes demandas educacionais.
Na publicação do CIEB, Larissa Santos Rosa, especialista em Educação e Tecnologia dessa instituição, reforça a relevância da Ciência de Dados para o contexto do docente. “A educação está em constante evolução, e a Ciência de Dados contribui com o processo de ensino e de aprendizagem. O uso de dados pode ser utilizado para monitorar e acompanhar a trajetória dos estudantes, além de otimizar o tempo dos docentes e apoiá-los na tomada de decisão”, revela.
No que consistem as competências digitais e como podem contribuir com a diversidade
As novas competências digitais se dividem em três áreas: Pedagógica, Cidadania Digital e Desenvolvimento Profissional. Entenda cada uma delas, a seguir, e veja como colocá-las em prática no contexto da diversidade.
Análise de dados – Área Pedagógica
O que é (definição do CIEB)
Ser capaz de analisar e interpretar dados relacionados ao processo de aprendizagem dos estudantes para decisões pedagógicas apoiadas ou não por Inteligência Artificial (IA).
Mentalidade orientada a dados – Área de Cidadania Digital
O que é (definição do CIEB)
Ser capaz de reconhecer o valor dos dados pessoais e coletivos. Desenvolver consciência crítica sobre as questões de propriedade intelectual, privacidade e uso de dados.
Pensamento computacional – Área de Desenvolvimento Profissional
O que é (definição do CIEB)
Ser capaz de formular e solucionar problemas de forma lógica e por meio de abstrações para automatizar soluções valendo-se do pensamento computacional.
Como pensá-las no contexto da diversidade
As possibilidades são muitas. A seguir, trazemos alguns dados que evidenciam a importância da educação antirracista e, na sequência, explicamos como as competências digitais podem se encaixar no cenário.
- Os jovens negros de 14 a 29 anos são maioria nas estatísticas de evasão escolar no ensino básico. Eles somam 71,7% dos alunos que abandonam os estudos.
(Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad/2019)
Retirado de: https://mobilidade.estadao.com.br/patrocinados/jovens-negros-lideram-evasao-escolar/
- Jovens negros têm menos acesso ao mercado de trabalho, de acordo com pesquisa encomendada pelo Banco Mundial ao Núcleo de Pesquisa Afro do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) ao Instituto de Referência NEgra Peregum. Embora a população negra seja maioria no Brasil, essa parcela é a que tem os menores índices de acesso à educação, à saúde e ao mercado de trabalho.
- 99,4% das crianças e dos adolescentes de 6 a 14 anos estavam matriculadas em 2020; no entanto, ainda existia uma parcela significativa de crianças e adolescentes em idade escolar obrigatória fora da escola e que se agravou pela pandemia da Covid-19. Em 2019, esse número chegava a 1,1 milhão de crianças, 70% delas entre a população negra e também a maioria na faixa etária de 4 a 5 anos, idade da pré-escola, e de 15 a 17, idade para o ensino médio. No final de 2020, chegou a 5,5 milhões de crianças sem esse acesso à educação (Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF, 2021).
Competências digitais: ser capaz de buscar e interpretar dados (análise de dados) como os indicados acima; ter conhecimento para reconhecer o valor de cada pesquisa na esfera pessoal e coletiva (mentalidade orientada a dados); e propor e planejar soluções lógicas e eficientes para combater esses números (pensamento computacional). Esse é um caminho que exemplifica a importância do desenvolvimento das competências digitais e pode orientar ações tanto para a gestão escolar como para a sala de aula.
Como trabalhar as competências digitais
Desenvolver e aprimorar continuamente as competências digitais, além de direcionar a formação e a capacitação do corpo docente, pode dar força para que a equipe pedagógica realize diversas ações em sala de aula (na temática da diversidade e em tantos outras).
Um bom recurso é a autoavaliação de competências digitais de professores desenvolvida pelo CIEB e disponibilizado no Guia Edutec. Por meio da ferramenta on-line gratuita, já utilizada por mais de 120 mil docentes, é possível identificar as suas competências digitais e se desenvolver com base no resultado.
São, ao todo, 23 perguntas distribuídas em três áreas, que avaliam 12 competências:
Pedagógica
– Prática pedagógica
– Avaliação
– Personalização
– Curadoria e criação
Cidadania Digital
– Uso responsável
– Uso seguro
– Uso crítico
– Inclusão
Desenvolvimento Profissional
– Autodesenvolvimento
– Autoavaliação
– Compartilhamento
– Comunicação
Interessante, não é? Clique aqui para realizar a autoavaliação e expandir o seu repertório de competências digitais.
Gostou de entender como as competências digitais podem favorecer a sua atuação no contexto da diversidade? Certamente, você também vai se interessar pelo e-book sobre inclusão social na Educação Empreendedora.
