O início do segundo semestre é uma oportunidade de rever o planejamento, entender como foram os primeiros seis meses e começar a se planejar para o próximo ano letivo. Se estamos vivendo em um mundo de grandes transformações, o planejamento escolar deve ser constantemente revisitado, questionado e atualizado.
E, para ajudar você nesse exame e em uma projeção, trouxemos pontos de reflexão do Relatório Trends Shaping Education 2022, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que examina o cenário econômico, político, social e tecnológico e os impactos na educação.
O objetivo do documento é promover uma reflexão ampla sobre o futuro dos sistemas educativos; por isso, pode ser um norte para este momento.
O estudo se organiza em 5 grandes capítulos – crescimento; vida e trabalho; conhecimento e poder; identidade e pertença; e natureza em mudança em 25 áreas. Ele permeia desde a educação infantil até o ensino ao longo da vida.
O intuito é entender como esses fatores ambientais podem impactar a educação.
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O documento defende a necessidade de preparar os sistemas educacionais para choques externos, como foi o caso da pandemia da Covid-19, que desafiou as escolas e os modelos de ensino vigentes.
A pandemia forçou um fechamento instantâneo, e, de uma hora para outra, o ensino se tornou online e remoto. De tal forma que recompor os efeitos da pandemia na educação ainda é uma preocupação.
Para o relatório da OCDE, a pandemia foi um alerta. Por isso, é necessário preparar o sistema educacional para possíveis novos choques e cenários de rápida mudança.
A OCDE acredita que se faz necessário refletir sobre a relação entre aprendizagem formal e informal e repensar a forma de transmitir o conhecimento e o conteúdo nas escolas.
Do ponto de vista econômico, o relatório pontua que houve um crescimento econômico, o que tirou muitas famílias da pobreza; porém, houve um aumento das desigualdades.
Tal crescimento econômico, no entanto, se deu com base no uso insustentável dos recursos naturais, sobrecarregando o meio ambiente.
Com as novas modalidades de trabalho, como horário flexível, trabalho remoto e híbrido, registou-se uma tendência de redução da carga horária de trabalho semanal. E, em ritmo ainda lento, isso tem contribuído para a redução das desigualdades de gênero nas famílias.
É importante destacar que essas mudanças no mercado trabalho também trazem impacto para a educação. É necessário formar pessoas preparadas para esses novos modelos.
Há uma preocupação em se formar sistemas mais robustos de aprendizagem no decorrer da vida.
O documento também destaca que, apesar das rápidas mudanças tecnológicas, estamos vivendo tempos de solidão. E que a tecnologia sozinha não sustenta avanços na estrutura e no relacionamento social.
É importante mencionar que o relatório não tem a finalidade conclusiva ou de ser entendido como uma declaração política, mas sim como apresentação de estudos de casos. São levantadas questões a título de ilustrar e sugerir alguns pontos.
De cada um dos cinco capítulos pode se extrair que:
É necessário ofertar uma educação de elevada qualidade e ao longo de toda a vida. O intuito deve ser uma qualificação ampla de todos os cidadãos que impacte positivamente a qualidade de vida.
O aumento do nível educacional – além de trazer qualidade técnica – terá consequência positiva em relação à consciência ambiental e à formação de um pensamento crítico.
O destaque aqui é para o surgimento de novas modalidades de trabalho e a necessidade de formar os estudantes para um novo desconhecido. As competências para esse ambiente de rápidas inovações e mudanças são destacadas.
Há uma correlação entre conhecimento e poder. Neste capítulo, o relatório da OCDE destaca a importância de promover um ambiente de ética, transparência, responsabilidade e inclusão. O conhecimento é entendido como uma forma de promover mais igualdade.
O destaque deste capítulo é a necessidade de os sistemas educativos contribuírem para a formação de ambientes que promovam a igualdade de tratamento, reduzindo a fragmentação e a discriminação. Há uma menção sobre a individualização do ensino perante as necessidades de cada estudante.
No quinto capítulo, o foco é buscar um equilíbrio entre a tecnologia e as relações sociais com o objetivo de promover bem-estar individual, coletivo e planetário.
Estamos vivendo um mundo cada vez mais instável e de rápidas mudanças. Para tal, os sistemas educacionais precisam ser capazes de formar os estudantes para este ambiente incerto.
Buscar atualização constante pode se tornar trivial para escolas e para os agentes promotores da educação.
Os estudantes viverão em um mundo ainda desconhecido e serão desafiados a encontrar respostas para perguntas que ainda não conhecemos.
Neste contexto, o trabalho das competências socioemocionais e das habilidades que se relacionam com a Educação Empreendedora se tornam ainda mais relevantes.
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