Ser protagonista é ser ator principal de sua vida, seja na esfera familiar, afetiva, particular, seja nos estudos e na vida social. Podemos entender o protagonismo juvenil como a capacidade do jovem de agir e se responsabilizar por suas escolhas, sem depender de estímulos ou de opiniões externas.
A palavra tem origem no grego – “proto” significa principal, e “agonistes”, lutador. Já conhecemos esse termo da literatura, como aquele personagem que é o principal.
Trata-se de colocar o estudante no centro do processo de educação, incentivando-o a tomar as rédeas da própria vida e a ter uma postura mais ativa na escola e fora dos muros escolares.
Para saber mais sobre esse conceito e como colocar em prática, leia até o final!
Esse tema pode ser pensado com base em duas grandes vertentes: a primeira delas seria um protagonismo no processo de aprendizagem, isto é, o estudante sendo centro do seu processo de formação e atuando de forma ativa.
E a outra vertente seria um maior envolvimento das crianças e dos jovens com os assuntos da escola e da comunidade escolar, ou seja, poderia ser incentivar a participação dos estudantes no funcionamento das escolas. Cabe aos jovens propor ações que a escola possa realizar, espaço de diálogo e negociação. Sugestões: um espaço de escuta; ideias de ações, iniciativas, projetos. Enfim, é acreditar no potencial dos jovens.
Nas duas situações, é necessário que os educadores estejam atentos às diversas necessidades dos estudantes. E que confiem na capacidade do estudante de tomar decisões e de escolher suas áreas de preferência.
Para que isso aconteça na prática, o ambiente escolar deve favorecer o diálogo. A escuta ativa por parte dos professores, dos coordenadores e dos demais agentes educacionais torna-se necessária.
O protagonismo juvenil permeia toda a proposta do Novo Ensino Médio, especialmente na proposta do Projeto de Vida, que se tornou obrigatório.
O Projeto de Vida não necessariamente é uma disciplina, mas será implantado ao longo do currículo.
Tem como proposta o desenvolvimento de competências socioemocionais que viabilizem o desenvolvimento do estudante – nas esferas pessoal, acadêmica e profissional.
Será trabalhado o conhecimento de si mesmo, da sua potencialidade, do talento e como alcançar seus sonhos.
É uma forma de orientar de forma mais individual o desenvolver da potencialidade de cada estudante.
O professor indicado para assumir o Projeto de Vida nas escolas tem de ter um perfil de gostar de se aproximar mais dos estudantes, de dialogar. Quem eu sou, quem eu quero ser, e articular o caminho dessas respostas. Em resumo, isso afeta a sensação de felicidade.
Vale destacar que o tema de protagonismo juvenil está também intrínseco ao conceito de “formação integral” trazido pela BNCC – uma educação capaz de preparar o estudante para todas as esferas da vida.
São processos educacionais sintonizados às necessidades dos estudantes no mundo contemporâneo. Dessa forma, o tema se relaciona com as 10 competências gerais da BNCC.
Os estudantes se sentem mais valorizados, escutados, acolhidos, e isso traz benefícios tanto acadêmicos quanto para um clima mais positivo nas escolas. Resumindo: os estudantes se envolvem mais com o ensino.
É uma forma de respeito à autonomia e de reconhecimento da potencialidade. É aquele que participa, que tem ideias, que às vezes até mesmo discorda, que contribui para a formação de um ambiente mais atraente e desafiador.
Tem a ver com o conceito de liderança.
São muitos os benefícios de incentivar o protagonismo juvenil, como:
Ir ao encontro da proposta de formação integral da BNCC.
O primeiro ponto é conhecer a capacidade das crianças e dos jovens de cada idade. Pode acontecer, tanto na escola quanto no ambiente familiar, de o educador subestimar a capacidade de um jovem. Portanto, dê um voto de confiança na capacidade de seus estudantes.
O segundo aspecto é entender que existem momentos em que o professor pode atuar como um agente que vai guiar os estudantes, e não apenas entregar o conhecimento de forma pronta. Isso vai ao encontro da aplicação de metodologias ativas.
Por fim, é importante compreender que, nesse processo de construção de autonomia, o jovem tem mais liberdade, mas, ao mesmo tempo, ele é responsável por suas escolhas. Portanto, a autonomia deve andar de mãos dadas com a responsabilização.
E o professor, como uma margem de um rio, aponta para o estudante os limites e a direção de que ele deve fluir.
Algumas sugestões práticas:
Os temas podem ser escolhidos por meio de votação, estimulando primeiro os estudantes a buscar temas de desafios reais que eles ou a comunidade escolar enfrenta.
Às vezes, o revezamento da quadra de esportes durante o esporte, o uso da biblioteca ou de outro espaço público pode ser tema de um projeto.
Em seguida, convide os estudantes a votar, incentivando a participação democrática.
Por fim, escolha uma metodologia – projetos, aula, um trabalho –, em que cada grupo terá que pensar uma solução. Use a sua criatividade!
Lembre-se: antes de propor a atividade, vale a pena fazer um plano de aula.
Seja uma feira de livros usados, seja uma feira de empreendedorismo, o projeto de um jornal escolar ou um campeonato esportivo é indicado.
São ações que fogem do tradicional, mas que podem dar mais abertura para entender os temas de interesse dos estudantes,estimulando-os a ter mais protagonismo.
O protagonismo é uma marca de todo empreendedor. Vale ressaltar que “empreender” não é o mesmo que “empresariar”.
“Empreender” é ser agente de transformação em qualquer ambiente que você esteja, resolvendo desafios e propondo soluções melhores, quer por meio de filmes, de estudos de caso, quer pelo trabalho de competências socioemocionais. Já “empresariar” diz respeito a “tornar um negócio em algo rentável e lucrativo”.
Para saber mais como esse espírito empreendedor pode estar presente no seu dia a dia e na sala de aula, leia este texto.