Taxonomia de bloom e como ela ajuda na implementação da educação empreendedora

Blog Taxonomia de bloom e como ela ajuda na implementação da educação empreendedora

20/12/2021
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A organização do ensino-aprendizagem, muitas vezes, é um desafio para os professores e os gestores educacionais. Desse modo, eles acabam buscando formas e estratégias para que esse mapeamento se dê, favorecendo o aprendizado dos estudantes. A taxonomia de Bloom é uma alternativa viável e que vem trazendo bons resultados.
A taxonomia, na Biologia, é a área que estuda e organiza os seres vivos em classes, de acordo com as suas características. Esse conceito não é muito diferente do que foi pensado pelo psicólogo e pedagogo Benjamin Bloom (1913-1999). Ele consegue abordar a educação com base em uma perspectiva psicológica, ajudando os professores a criar formas promissoras de ensino e aprendizagem.

O que é a taxonomia de Bloom?

A taxonomia de Bloom, chamada dessa forma graças ao sobrenome do idealizador, o psicólogo e pedagogo americano Benjamin Bloom, tem como base a definição dos objetivos da aprendizagem e como parâmetro o ordenamento e a classificação do aprendizado do estudante.
O psicólogo acredita que o processo educativo pode ser dividido em níveis de dificuldades que são crescentes. Para Bloom, o estudante precisa passar por todos esses níveis, a fim de que ocorra o desenvolvimento de habilidades essenciais para a sua formação.
Além disso, ele acredita que cada etapa deve ser bem trabalhada, e o estudante só estará pronto para a próxima caso a anterior tenha sido bem executada, obtendo assim resultados positivos em relação ao seu desenvolvimento. Desse modo, foram estabelecidos alguns níveis hierárquicos pelos quais todos devem passar.
Benjamin fez essa divisão tendo como base os três domínios que ele julga necessários para a formação completa dos jovens, sendo eles: cognitivo, afetivo e psicomotor.
Assim, os gestores educacionais podem utilizar a teoria visando estabelecer um planejamento do ensino, definindo e classificando a área de aprendizagem.

Quais são os principais objetivos?

O acompanhamento do desenvolvimento individual do estudante não é uma tarefa fácil, porém, é essencial para o aprimoramento das estratégias. Diante disso, a taxonomia de Bloom trabalha diretamente na dor do professor e na do gestor educacional.
O professor passa a ter mais controle sobre os trajetos pedagógicos que estão sendo seguidos, bem como clareza sobre os objetivos educacionais, dando espaço para mudanças que serão úteis ao processo de aprendizagem.
A dinâmica ocorre valendo-se do desenvolvimento e do trabalho dos domínios básicos, que são divididos em subníveis e que mostram, claramente, o nível de cada estudante. Tudo isso também é um impulsionador da personalização do ensino, fazendo com que a educação se torne mais efetiva.
O trabalho pedagógico será então norteado, no qual o professor poderá seguir um roteiro organizado e útil para consolidar o repertório mental do estudante.

Conheça os domínios da taxonomia de Bloom

Os três domínios da taxonomia de Bloom apresentam subcategorias, distribuídas em níveis. Desse modo, será possível entender melhor como a organização e a classificação dessas etapas definidas podem ser úteis para a organização pedagógica do ensino e da aprendizagem.

Domínio cognitivo

Basicamente, o domínio cognitivo trabalha o entendimento sobre o conteúdo passado e como ele pode ser aplicado na prática. De acordo com a tabela de Bloom, devem existir seis níveis hierárquicos cognitivos com as respectivas ações para que todos eles sejam alcançados. Vamos conhecer um pouco sobre cada um deles:
Nível 1 – Conhecimento: reconhecimento de conteúdos abordados, como datas, fatos, teorias, métodos, termos e conceitos.

Nível 2 – Compreensão: com o conhecimento adquirido na etapa anterior, o estudante consegue compreender o conteúdo, fazendo associações com outras realidades e contextos.

Nível 3 – Aplicação: desenvolvimento de habilidades para que toda a teoria possa ser aplicada na prática.

Nível 4 – Análise: neste nível, o estudante já consegue fazer uma análise externa sobre o conteúdo, compreendendo partes do conteúdo, além de ser capaz de levantar hipóteses.

Nível 5 – Síntese: percepção dos fatores que fazem parte de um problema, dando uma visão mais crítica sobre as situações.

Nível 6 – Avaliação: o estudante, neste nível, já começa a desenvolver a sua capacidade de avaliar e desmembrar a estrutura dos problemas propostos.

Domínio afetivo

 
Este domínio trata das emoções e também de como os estudantes podem se envolver emocionalmente com os conteúdos passados. Ela apresenta cinco níveis, em que cada um tem uma etapa evolutiva de autoconhecimento e percepção do entorno.
Nível 1 – Recepção: capacitação, reconhecimento e tomada de conhecimento sobre as atitudes e as emoções próprias e sobre as de outras pessoas.

Nível 2 – Resposta: os estímulos aprendidos na etapa anterior fazem com que os estudantes tenham uma resposta mais clara e ativa sobre o seu processo de aprendizagem.

Nível 3 – Avaliação: nesta etapa, o estudante já apresenta um repertório intelectual capaz de realizar uma avaliação que passa a atribuir valor ao conhecimento adquirido.

Nível 4 – Organização: habilidade para agrupar e organizar os conhecimentos, além de ter um senso crítico mais apurado na hora de agir.

Nível 5 – Caracterização: posteriormente a tudo o que foi aprendido nas etapas anteriores, o estudante passa então a ter a capacidade de internalizar e assimilar toda a teoria como parte pessoal, criando crenças e valores.

Domínio psicomotor

Este domínio trabalha a aquisição de conhecimento e habilidades com base na movimentação corporal, nos sentidos e também na manipulação de objetos. Ainda seguindo o tabela de Bloom, o domínio psicomotor apresenta cinco níveis:
Nível 1 – Percepção: tornar os sentidos corporais portais de percepção para o mundo externo.

Nível 2 – Predisposição: atividades que trabalham o preparo emocional para que o estudante consiga realizar as atividades propostas.

Nível 3 – Resposta guiada: o estudante começa a ter algumas atitudes contando como suporte com a orientação do professor, sendo preparado para seguir com autonomia.

Nível 4 – Resposta mecânica: após as ações guiadas, os estudantes passam a responder com ações que têm como base as respostas guiadas da etapa anterior.

Nível 5 – Resposta completa e clara: o estudante consegue responder com segurança sobre suas ações, adquirindo total autonomia sobre suas atitudes.

 

Qual a relação com a Educação Empreendedora?

Depois de todo o entendimento sobre a taxonomia de Bloom e conhecendo suas características que proporcionam uma organização pedagógica, é possível perceber a relação dessa estratégia com a Educação Empreendedora.
Todas as etapas e níveis que o psicólogo listou como importantes para o aprendizado também podem ser vistos como fases de desenvolvimento de habilidades empreendedoras. O professor pode aliar todo esse cronograma à implementação de atividades voltadas ao empreendedorismo e ao aprimoramento de habilidades e competências socioemocionais.
Uma ideia viável e aplicável nessa relação é a utilização da metodologia ativa Project Based Learning (PBL) ou Aprendizagem Baseada em Projetos. É um método que envolve os alunos em um projeto investigativo e estruturado ao redor de questões complexas. Eles também desenvolvem habilidades a cada etapa feita do projeto, assim como a taxonomia de Bloom.
Para entender melhor essa ligação, veja um artigo completo que mostra como o PBL é útil para a formação completa dos estudantes.
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