Incluir as redes sociais na escola: boa ou má ideia?

Blog Incluir as redes sociais na escola: boa ou má ideia?

09/08/2022
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As redes sociais dominaram o mundo e transformaram completamente a forma como nos relacionamos. Hoje, temos ferramentas para (quase) tudo na palma da mão – entreter, entregar comida e bebida, fazer compras de supermercado, encontrar um parceiro amoroso, fazer novos amigos, pedir carros para viagem e por aí vai. Entender que essa é uma realidade irreversível é o primeiro passo para pensar como incluir as redes sociais na escola. Neste post, vamos entender as possibilidades e explorar novas perspectivas. Acompanhe!

Tecnologia: vilã ou aliada, afinal?

No início deste ano, a equipe do Portal CER fez uma entrevista sobre as tendências da educação para 2022 com Débora Garofalo, professora e a primeira brasileira e sul-americana a ser finalista no Global Teacher Prize. De acordo com ela, as tendências estão totalmente relacionadas ao uso da tecnologia dentro da sala de aula e à personalização do ensino. A professora diz que, ao considerar novas abordagens, “sempre devemos pensar na tecnologia como uma propulsora dos processos de aprendizagem – ela não tem uma finalidade, por si só, de transformar a educação. Para que seja transformada, a educação precisa vir acompanhada de novas abordagens de ensino”, revela.

Essa afirmação vai ao encontro do que diz a analista do Sebrae Nacional Fernanda Vernieri, em uma entrevista sobre a aprendizagem em novos meios (WhatsApp, Telegram e Alexa). “Sendo a educação a ciência que define abordagens, estratégias e didáticas no cotidiano de ensinar e aprender, a tecnologia sempre esteve a seu serviço, mediando e conectando pessoas. Não seria diferente nos tempos atuais”, afirma. Ela corrobora a fala da Débora, fazendo a ressalva de que a tecnologia não deve ser colocada à frente da educação. “Vale sempre investigar os estilos de aprendizagem do público-alvo, a acessibilidade tecnológica, o perfil digital e outros fatores que definem bons projetos para uma Educação Empreendedora“, aponta.

No mesmo sentido, Vernieri relembra que a tecnologia é meio, e não fim. “[A tecnologia] se encontra em permanente evolução. Por isso, é importante estar atento à forma como os indivíduos aprendem, por quais meios e quais suas limitações”. Ela complementa que não vê a tecnologia como vilã, pelo contrário. “Enxergo nela mais potencial, possibilidade e virtudes do que ameaças quando se trata do processo de ensino-aprendizagem e dos vínculos estabelecidos na construção do conhecimento”, conclui.

Incluir as redes sociais na escola é um caminho promissor

De acordo com o levantamento feito pela empresa de análises digitais Comscore, com base no cenário imposto pela pandemia da Covid-19, em 2020 o segmento de educação foi o que mais cresceu em interação em redes sociais, com alta de 60%. A curva crescente se manteve em 2021, com um aumento de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior. A educação também esteve no topo do ranking na avaliação sobre o tempo de consumo de conteúdos em sites de cursos, treinamentos e informações sobre o tema. Curioso, não é?

Na publicação da Porvir sobre o tema, há um depoimento de Eduardo Carneiro, diretor-geral da Comscore, que fala que a necessidade de integração em um momento atípico como a pandemia foi o principal motivador da alta dos números. “Esse crescimento é resultado da necessidade de integrar a educação on-line à rotina dos estudantes em um ano marcado pelo confinamento e distanciamento social. O impacto foi percebido pelo aumento do número de interações e no tempo gasto em consumo de conteúdos desta categoria na internet. Ou seja, a análise reforça como as transformações impactaram a realidade da educação, que intensificou o uso de canais online para permanecer relevante”, comentou.

Para pensar nos benefícios de incluir as redes sociais na escola, vale lembrar que muitos estudantes de hoje em dia são nativos digitais – termo cunhado por Marc Prenksy para definir a geração de jovens que já nasceram com a internet disponível e acessível. Como ir contra isso, então?

Já é claro que dados, números e comportamentos mostraram que de nada adianta mais contestar a presença da tecnologia em sala de aula – mais do que nunca, é tempo de incluir as redes sociais na escola.

A matéria “Como as redes sociais podem ser aliadas da educação?, publicada na Fundação Telefônica Vivo, trouxe ponderações interessantes valendo-se de falas da doutora em Comunicação e professora de Estratégia e Internet Bianca Leite Dramali. De acordo com ela, os benefícios chegam também para o educador. “As redes vão ser aliadas no ensino durante a orientação e mentoria dos estudantes sobre como aproveitá-las para uma aprendizagem intencional. Bem como podem inspirar professores a descobrir oportunidades de ensino significativas. Para isso, é necessário trazer o contexto da rede social para o dia a dia do ensino, porque a aprendizagem só vai ser significativa se o estudante enxergar valor naquilo”, afirma. Além disso, as consequências de um uso bem feito e de uma combinação satisfatória de redes sociais, estudantes, professores e de toda a comunidade escolar resultam em vários benefícios, desde que se entenda que a educação vai muito além do conteúdo. “É preciso se valer dessa imersão para desenvolver habilidades como a capacidade crítica, resolução de problemas, e não apenas o conteúdo”, pontua.

A forma de incluir as redes sociais na escola são muitas – e aí, claro, devem ser personalizadas e adequadas conforme o tema e a faixa etária dos estudantes. Algumas opções são:

  • Sugerir projetos e produções audiovisuais a ser divulgadas no YouTube.
  • Fazer uma live no Instagram da escola (ou no do próprio educador) conversando com um especialista sobre um conteúdo que está sendo trabalhado em sala de aula.
  • Programar lives com aulões (aulão de Biologia para o 2o ano do Ensino Médio, por exemplo), abrindo espaço para a interação de diferentes usuários.
  • Incentivar a criação de conteúdos para redes sociais sobre determinado tema (assuntos pertinentes ao vestibular, por exemplo).
  • Prestar orientação ao uso do LinkedIn – a maior rede profissional do mundo, com mais de 770 milhões de usuários –, que pode ser um grande diferencial para estudantes prestes a ingressar na faculdade e consequentemente no mercado de trabalho,

Enfim, as possibilidades são infinitas. O mais importante, ao incluir as redes sociais na escola, é olhar para elas como uma aliada, como mais um recurso ou ferramenta que vai auxiliar em todo o processo de ensino-aprendizagem.

E você? Já se sente seguro e preparado para incluir as redes sociais na escola? Se gostou desse conteúdo, complemente a leitura com o texto “Como as redes sociais têm ajudado na educação“.

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