Gestão emocional: como desenvolver nos estudantes?

Blog Gestão emocional: como desenvolver nos estudantes?

18/08/2023
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Cada vez mais, a importância do desenvolvimento da inteligência e das competências socioemocionais se comprova, não é? Afinal, tudo na vida passa por essas habilidades — a escola, então, nem se fala. 

É por isso que hoje vamos falar sobre a gestão emocional — o que é, como promover, quais os seus benefícios e práticas que podem apoiar no seu desenvolvimento com os estudantes. Você já está por dentro? Continue a leitura e descubra mais informações!

Antes de entrar na definição prática, vale relembrar a importância de a emoção e a aprendizagem andarem de mãos dadas — o que acaba sendo inevitável. Em uma entrevista ao Portal CER, Eduardo Valladares, designer de experiência de aprendizagem, palestrante e professor, fala sobre isso de forma ímpar, destacando que não há como descolar uma coisa da outra. 

“A vulnerabilidade está ligada ao processo do sentir. Aprender é sentir. Quando a gente se vulnerabiliza, a gente mostra a nossa humanidade. E isso tudo repercute na forma como tratamos, enxergamos e lidamos com as nossas emoções. As emoções são o melhor caminho para a autoconsciência, para o autoconhecimento, para a vulnerabilidade. Se estivermos mais abertos às emoções, ao processo do sentir, poderemos aprender de forma mais clara, genuína, espontânea, verdadeira, e não impositiva, burocrática e compulsória. A educação não funciona sem a vulnerabilidade”, reforça o especialista. 

Nesse sentido, a postura receptiva do professor também pode fazer toda a diferença. “Vale frisar aqui a postura de aprendiz. Eu também aprendo quando ensino, quando me coloco numa postura ativa de escuta, de compaixão, de empatia. Isso abre uma verdadeira conexão. Aprender requer conexão. Então, professores e gestores, de uma forma geral, precisam também fazer o grande exercício de querer estar abertos ao novo, ao inesperado, ao incerto e trabalhar com suas emoções. Isso nos torna mais potentes”, afirma. 

>> Clique aqui para ler a entrevista completa 

O que é a gestão emocional e como ela impacta os estudantes

Como o próprio nome sugere, gestão emocional é a capacidade de elaborar e lidar com os sentimentos, é o gerenciamento das habilidades de autoconhecimento e autocontrole, é olhar para si e ser capaz de entender os próprios sentimentos. 

Essa competência assegura a construção de relacionamentos mais positivos e saudáveis — seja na vida pessoal ou profissional. Isso se justifica porque, uma vez que o indivíduo tem capacidade de administrar bem as suas próprias emoções, naturalmente se torna mais empático e menos reativo, melhorando a forma de se comunicar e a maneira como encara e lida com situações de conflito. 

O impacto nos estudantes já pode ser percebido por aí, não é? De forma geral, a aplicação da gestão emocional apoia na melhoria da qualidade de vida e do bem-estar pessoal — o que resulta em aumento da autonomia, aprendizagem significativa, melhora nas habilidades de comunicação e no convívio escolar, maior autocontrole em situações de pressão e por aí vai. Mas o ambiente da própria instituição também ganha nessa equação, uma vez que as relações entre membros da comunidade escolar se beneficiam disso. 

Aspectos desenvolvidos nos estudantes a partir da gestão emocional

A lista pode ser bem grande, uma vez que a gestão emocional traz benefícios diretos e indiretos. Entre eles, estão:

  • Desenvolvimento da autonomia;
  • Maior abertura para desenvolver o autoconhecimento;
  • Melhora na capacidade de automotivação;
  • Desenvoltura para lidar com frustrações;
  • Maior autocontrole para encarar situações de pressão;
  • Melhora no convívio escolar;
  • Maior eficiência na capacidade de comunicação;
  • Aprendizagem significativa.

Práticas pedagógicas que apoiam a promoção da gestão emocional

Em primeiro lugar, é importante ter em mente que, para o desenvolvimento da gestão emocional, é fundamental que o docente: 

  1. Tenha empatia com estudantes e pais; 
  2. Desenvolva uma comunicação clara;
  3. Ajude cada estudante de maneira individual.

A partir disso, outras atividades, como as que exemplificamos abaixo, podem contribuir e tornar o tema menos abstrato para os estudantes. 

Faça com que o estudante questione a origem dos próprios sentimentos

Uma técnica de gestão emocional utilizada para elucidar o lado racional das pessoas em situações desafiadoras é, ao se deparar com uma emoção, parar e se perguntar: “o que estou pensando agora é baseado em fatos?”. Isso faz com que o estudante entenda melhor seus sentimentos antes de tomar qualquer decisão. 

Essa orientação pode ser compartilhada e ensinada de diferentes formas, em várias disciplinas, sempre sendo adaptada conforme a faixa etária. É possível propor uma roda de conversa sobre o tema, trabalhar com o design thinking, a sala de aula invertida etc. 

Proponha uma atividade de desenho de emoções

Peça aos estudantes que desenhem diferentes expressões e emoções: raiva, tristeza, angústia, felicidade, ciúmes, alegria e outras. Depois peça a eles que tentem adivinhar quais expressões e emoções foram desenhadas por seus colegas. Por fim, sugira ao autor do desenho que revele a resposta e explique o porquê de ter feito a representação daquela forma. 

A partir disso, é possível comparar como os estudantes veem e interpretam expressões faciais, gestos e sentimentos. 

Incentive a expressão das emoções 

Identifique qual formato pode ser mais interessante para a sua turma — desenho, texto, ilustração, teatro, mímica, pintura etc. — e incentive os estudantes a “materializarem”, por meio de alguma expressão artística, determinado sentimento. Esta atividade é parecida com o tópico anterior, mas abre o leque de possibilidades. 

Eles podem escrever, desenhar ou encenar sentimentos de uma viagem marcante, um episódio familiar que ficou na memória, um dia alegre, um dia triste. Proponha uma roda de conversa com aqueles que se sentirem à vontade para falar sobre e estimule a discussão entre eles — quais pontos fortes e fracos identificam naquele episódio, se hoje fariam diferente, o que aprenderam com aquilo. 

Sempre que possível, dê exemplos

Seja um exemplo da vida real, de uma novela, um filme ou um livro, trabalhar mostrando exemplos “palpáveis” pode facilitar a compreensão dos estudantes acerca da gestão emocional. A partir disso, peça que eles citem exemplos parecidos e avalie, junto a eles, se aquilo faz sentido. 

O caminho inverso também pode ser legal: peça aos estudantes que contem sobre situações ou episódios em que identificaram questões relacionadas à gestão emocional e peça a eles que expliquem o motivo, bem como indiquem qual seria a melhor forma de agir naquela ocasião. 

Dicas extras do CER: livros, artigos e ferramentas

Além das informações que trouxemos neste artigo, compartilhamos a seguir dicas valiosas de leitura e conhecimento para aprimorar o seu domínio sobre o tema enquanto professor. Confira: 

Este conteúdo sobre gestão emocional foi útil pra você? Leia também sobre a diferença que a inteligência emocional pode fazer na Educação Empreendedora.

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