Vivemos em um mundo cada vez mais conectado – e é cada dia mais difícil imaginar a vida sem internet ou celular, por exemplo. E o blended learning (ou b-learning) se manifesta exatamente neste caminho: é uma metodologia de ensino que combina recursos e aspectos on-line e off-line para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem.
Ele tem se tornado tão popular porque é, de fato, uma boa ideia combinar a praticidade e a facilidade de acesso aos conteúdos que o mundo on-line proporciona com a possibilidade de trocas presenciais.
Neste post, vamos explicar melhor o que é, como se dá, quais as vantagens e como conciliá-lo com a Educação Empreendedora. Acompanhe!
Em uma tradução prática, é a aprendizagem híbrida ou ensino híbrido (embora sejam definições veementemente discutidas no Brasil, sobre ser mais adequado chamar de “aprendizagem” ou de “ensino”). É uma metodologia ativa de ensino que une o melhor das duas modalidades – o ensino presencial e o digital – a fim de proporcionar aos estudantes uma experiência de aprendizado conectada e eficiente.
Em uma entrevista à Época Negócios, Julia Freeland Fisher, diretora de Educação do Clayton Christensen Institute, evidencia como enxerga o potencial dessa prática. “Acreditamos que o blended learning’ é o futuro da educação. Ensino híbrido não é qualquer sala de aula que tenha tecnologia. Em vez disso, descreve especificamente a combinação de experiências de aprendizagem flexíveis e on-line dentro das escolas feitas de tijolo e argamassa que ainda contam com comunidades presenciais, interações sociais e cuidados para os estudantes”, declara.
Vale lembrar que, quando falamos de metodologia ativa, estamos nos referindo a uma prática que coloca o estudante como o protagonista de seu desenvolvimento. O blended learning, portanto, faz com que o estudante assuma um papel ativo na sua evolução.
Ao pensarmos nas ferramentas digitais e no avanço tecnológico que amplia as possibilidades de aplicação do blended learning, é importante ter em mente que a tecnologia deve ser encarada não como um substituto, mas sobretudo como um facilitador.
Julia Fisher reforça que essa é uma oportunidade de o educador fazer um trabalho que agrega ainda mais valor ao processo de aprendizagem. “Os professores se transformam em facilitadores de aprendizagem. Ou seja, em vez de meramente conferir palestras, eles transferem parte desse trabalho à internet para que possam usar seu tempo de maneira mais produtiva: ao invés de avaliar provas ou falar por uma hora, ele pode usar essa hora para analisar os dados das provas e identificar os pontos de maior dificuldade de seus alunos. E depois, dar uma explicação diferenciada para estudantes específicos ou pequenos grupos”, orienta a especialista.
O blended learning costuma ser colocado em prática pelas escolas de duas formas: com foco presencial ou com foco a distância. No primeiro caso, a principal preocupação é a interação entre os estudantes e os professores pessoalmente. É comum, por exemplo, liberar os materiais em uma plataforma on-line e, depois, encontrar para discuti-los em grupo – o ambiente digital funciona mais como um espaço para receber atividades e disponibilizar conteúdos. No caso do foco a distância, as plataformas on-line ganham protagonismo e se materializam como um espaço de troca de ideias e informações.
Existem dinâmicas já muito conhecidas – e amplamente difundidas na Educação Empreendedora – que são bons exemplos da prática do blended learning. Além de modelos como o Flex, à La Carte e Virtual Enriquecido e vários outros, também é possível trabalhar metodologias ativas, como:
Quanto à implementação, em um artigo da Nova Escola, Lilian Bacich – mestre em Educação, doutora em Psicologia Escolar e Desenvolvimento Humano e uma das organizadoras do livro Ensino Híbrido: Personalização e tecnologia na educação – orienta que não se deve partir do zero. O ensino remoto que foi implementado durante a pandemia da Covid-19 pode ser um bom ponto de partida. Veja, a seguir, os passos de que a especialista sugere.
É importante ter em mente que, para que o blended learning funcione, é fundamental que a escola tenha um planejamento e uma estrutura para isso; ferramentas digitais voltadas para a educação, por exemplo, são ótimas aliadas. E não é necessário contratar recursos complexos ou caras – o Google For Education é um bom exemplo. em relação a instituições que têm maior limitação nesse sentido, Lilian explica que o uso das ferramentas pode ser feito na própria escola.
Para construir um plano de aula com blended learning, portanto, é imprescindível constar no planejamento:
Além das metodologias ativas que citamos anteriormente, o conteúdo da FIA traz outros exemplos de ferramentas podem ser utilizadas em uma abordagem a distância, considerando uma realidade de ensino híbrido. Entre elas, estão:
Fonte: https://fia.com.br/blog/blended-learning-guia-sobre-a-metodologia-de-ensino-hibrido/
Vale lembrar, inclusive, que essas atividades podem funcionar em conjunto com as metodologias ativas que falamos. É possível, por exemplo, utilizar as ferramentas colaborativas para complementar a Sala de Aula Invertida ou, ainda, um modelo de Rotação por Estações em que cada estação trabalha com um tipo de atividade sobre o mesmo tema.
Por permitir diferentes formatos, o blended learning é ajustável às diferentes necessidades dos estudantes. É possível marcar encontros presenciais de acordo com a disponibilidade da turma, por exemplo, enquanto atividades on-line podem ser mais viáveis em determinados casos.
Em diferentes formatos do blended learning, o estudante tem mais autonomia para se organizar e definir a sua forma de estudar. Eles também têm mais espaço para explorar ferramentas que sejam mais adequadas à sua realidade, personalizando o processo de ensino-aprendizagem.
Como a interação pode ser feita de diferentes maneiras, presencial ou remotamente, a relação entre o educador e o estudante naturalmente ganha força. Além disso, as diferentes dinâmicas permitidas pelo blended learning estimulam e favorecem a troca entre os dois.
Por trabalhar de maneira flexível e ser facilmente adaptado, o blended learning personaliza o processo de desenvolvimento do estudante e se torna mais atrativo. “O ensino híbrido veio para ficar justamente pelo potencial que ele tem de alavancar o processo de ensino-aprendizagem. Trata-se da possibilidade de transformação do ensino.“, afirmou a professora Débora Garofalo em entrevista ao CER.
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